Casos de depressão na infância crescem 43,7% em 10 anos

Dados da Organização Mundial de Saúde (OMS) apontam para uma preocupação com o número de novos casos de crianças e adolescentes acometidas pela depressão. O índice mundial de crianças na faixa etária entre seis e 12 anos, diagnosticadas com a doença, passou de 4,5% para 8% na última década, o que representa um crescimento de 43,7%.

Com o intuito de mudar essa realidade, a campanha Janeiro Branco, voltada para a saúde mental, vem trabalhando o tema “Quem brinca, cresce”. Para a psicóloga do Hapvida em João Pessoa, Danielle Azevedo, toda criança precisa ser criança. “Isso inclui brincar, ter a fase lúdica, as descobertas, os porquês, tudo isso faz parte do desenvolvimento do indivíduo”, afirma.

Fatores externos

A especialista explica ainda que uma criança que não tem rotina, que convive dentro de uma esfera doente em que pais não estabelecem regras, não impõem limites, não transferem um sentimento de afetividade podem atrapalhar a construção do indivíduo. “Essas e tantas outras variáveis podem contribuir para que a criança se torne medrosa, insegura e venha a se isolar. E o que a criança pode vir a desenvolver vai depender de como o meio a influência”, ressalta Danielle.

De olho no comportamento  

De acordo com a psicóloga, alguns comportamentos podem servir como alerta para os pais. A orientação é que eles devem se manter atentos, observando o comportamento das crianças. “Roer unhas, se manter mais silencioso, se isolar, chorar mais, mudança na alimentação, higiene. Todos esses fatores precisam ser observados”, pontua.

Danielle Azevedo acrescenta que criança saudável é a que brinca, estuda, que consegue a partir de determinada idade controlar os instintos passando pelas fases de desenvolvimento infantil. Mas, orienta que o diálogo é a base para uma formação saudável e livre de transtornos e doenças da mente. “O dialogo precisa ser bem estruturado e quando a criança não conseguir expressar o que sente é importante que os pais sentem, se façam presentes e tentem, de alguma forma, manter uma conversa mostrando que é alguém pode ajudar e em quem a criança pode confiar”, conclui.

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