Nos últimos quatro anos, a proporção de pessoas vivendo com HIV no país cresceu 18%, passando de 71%, em 2012, para 84%, em 2016.
Por outro lado, no mesmo período, aumentou em 15% o percentual de diagnosticados com o vírus em tratamento – de 62% em 2012, para 72%, em 2016.
Os dados são do relatório de monitoramento clínico do HIV, do Ministério da Saúde, divulgado nesta quinta-feira (23).
Nos primeiros seis meses deste ano, o levantamento aponta que quase 35 mil pessoas iniciaram tratamento contra a doença.
Em 2016, das pessoas que estavam tomando antirretroviral há pelo menos seis meses, 91% delas alcançaram a supressão viral, quando a carga fica abaixo de 1 mil cópias de vírus para cada miligrama de sangue, um indicador de sucesso porque quanto menor fora a quantidade de vírus no organismo, menor é a chance de transmissão. Em 2012, esse percentual era de 85%.
Também caiu o tempo que uma pessoa leva, entre o diagnóstico e o início do tratamento do HIV: de 161 dias para 42. Até 30 de junho, haviam no país 517 mil pessoas em tratamento antirretroviral.
A taxa de abandono ou interrupção do tratamento se mantém em 9% – o índice segue constante desde 2013.
Jovens
O relatório mostra ainda que o maior desafio do país é inserir os jovens no tratamento. Apenas 56% das pessoas que vivem com HIV e que têm entre 18 e 24 estão tomando antirretroviral. E destes, menos da metade apresentavam carga viral baixa.
O SUS (Sistema Único de Saúde) financia toda a terapia antirretroviral do país. O governo diz que gastou R$ 1,1 bilhão com o programa em 2017.
Lançado pelo segundo ano seguido, o Relatório de Monitoramento Clínico do HIV avalia as metas 90-90-90: (90% das pessoas vivendo com HIV diagnosticadas); (90% das diagnosticadas em terapia antirretroviral); e (90% das diagnosticadas em terapia antirretroviral com supressão viral), até o ano de 2020 para o Brasil.
As metas foram instituídas em 2014 pelo Programa das Nações Unidas para Aids (UNAIDS).
Fonte: Valor Econômico