Projeto oferece apoio para a construção de casas populares

Alunos do curso de engenharia civil da Universidade Federal do Cariri (UFCA) desenvolveram um projeto que oferece orientações técnicas e gratuitas para a construção segura de casas populares em comunidades de baixa renda de Juazeiro do Norte e cidades vizinhas, no Ceará. O projeto Habitar segue os moldes de uma proposta que chegou a ser implantada na universidade, mas que teve de ser desativada ao ser desvinculada do Escritório de Tecnologia Social (ETCS).

O novo projeto funciona há cerca de dois meses e já beneficia seis famílias. A meta é atender pelo menos 20 famílias diretamente apenas este ano. Mas esse número pode aumentar, à medida que forem preenchidos os cadastros disponíveis no site do Escritório Habitar. É o que garante Mateus Nogueira, um dos 20 jovens que recebem bolsa de estudo para se dedicar ao programa e que atua sob a coordenação e supervisão de três professores e arquitetos da Faculdade de Juazeiro do Norte (FJN).

“A intenção é dar assistência aos ‘autoconstrututores’, aqueles que não contam com auxílio técnico adequado e simplesmente chamam um pedreiro para levantar as paredes”, informa Mateus. “Muita gente faz isso, e é aí que nós entramos: acompanhando a obra desde o início, até a sua regulamentação pela prefeitura, com a assinatura de um profissional competente, no caso, professores que nos auxiliam.” O estudante está no penúltimo ano do curso de engenharia civil.

Iniciativas como o Habitar são soluções apontadas para o crescimento urbano sustentável e à contenção do avanço demográfico descontrolado de construções irregulares e em locais de risco. A contratação de especialistas costuma ser cara, tornando-se inacessível à população mais carente. De acordo com levantamento do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia (CREA-CE), somente em 2016 foram contabilizadas 1.332 obras desse tipo no Ceará.

Além da assessoria técnica, o projeto também busca ajudar na procura por alternativas de habitação que sigam uma linha de produção de pequeno custo e pouco impacto ambiental, valorizando matérias primas regionais e levando em conta as questões humanísticas. Também visa a prestar serviços de consultoria para edificações já existentes, a fim de possibilitar a legalização dos imóveis aos proprietários.

Para Mateus Nogueira, o retorno desse trabalho ao estudante é duplamente gratificante. “Primeiro, porque temos a oportunidade de colocar em prática o que aprendemos na teoria em sala de aula”, enfatiza. “Além disso, é uma forma de devolver à sociedade aquilo que é investido em todos nós, enquanto universitários, uma vez que é ela quem banca os nossos estudos, mesmo que estejamos em instituições públicas de ensino superior.”

O candidato interessado em se tornar beneficiário do Habitar deve possuir renda familiar mensal de até três salários mínimos e solicitar a construção de residências unifamiliares – térreo e área máxima construída de até 80 m². O cadastro está disponível na página da universidade na internet.

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Fonte: Assessoria de Comunicação Social