Vanessa Caroline da Silva, 18, esteve ontem na sede do CadÚnico (Cadastro Único), no centro de Maceió, para informar o nascimento do seu segundo filho. Com esse registro, haverá uma pequena elevação no valor do benefício do Bolsa Família que a jovem espera receber quando o programa tiver orçamento para incluir 494 mil pessoas —entre elas, Vanessa— que aguardam na fila de espera do programa.
Desde maio, quando houve recorde no número de beneficiários, o programa vem tendo redução no número de famílias atendidas. Isso acontece porque alguns beneficiários saem do Bolsa enquanto outros, que têm perfil para entrar no programa, não conseguem acessá-lo. E um ponto para que não haja inclusões é que não há orçamento para colocar novas pessoas.
Vanessa deu entrada no pedido do Bolsa Família há exatos dez meses, em 29 de março de 2019. A análise dos critérios de elegibilidade foi feita e comprovada, segundo ela. Sa expectativa era que, no máximo, em junho do ano passado começasse a receber o benefício. Mas ainda não há previsão de pagamento. “Muito ruim essa situação, esse dinheiro faz muita falta”, disse.
Quando a jovem deu entrada no pedido do Bolsa Família, não sabia que estava grávida do segundo filho. De lá cá, a gestação foi descoberta, o bebê nasceu e ela se separou do marido. O aperto financeiro só cresceu, mas o benefício não foi liberado.
Para se virar e manter os filhos —um de quatro meses de idade, e outro de dois anos—, Vanessa diz contar com a ajuda de vizinhos, que dão comida a ela.
“Minha única renda é de R$ 100, que ganho de duas faxinas no mês, uma a cada 15 dias. Não tenho mais nenhum centavo, e o valor não dá. Não fosse pela ajuda dos outros, estaria passando mais necessidade”, diz.